sexta-feira, 13 de junho de 2008

Um viva as coisas simples da vida


Hoje, logo cedo, me deparei com uma cena que mexeu comigo.
Nada de extraordinário, mas me tocou pela simplicidade.
Eu, parada no trânsito da Av. Tirandentes (centro de SP), vi um pai levando seus dois filhos para a escola, montados em uma bicicleta.
Claro que aos olhos da nossa cidade, aquilo era um sinal claro de pobreza (ta, não necessariamente, mas a possibilidade é bem grande), mas eu consegui ver a felicidade nos olhos daquelas crianças.
O pai guiando, um na frente, outro na garupa e os três seguiam conversando.
Acho que eram de origem boliviana, ou peruana. Os cabelos bem pretinhos e os olhinhos brilhantes, de uniforme escolar e tagarelando.
Senti uma simplicidade nostalgica naquilo. Lembrei da minha época de colégio, qdo eu também de uniforme, ia o caminho inteiro conversando com a minha mãe.
Agora, escrevendo, eu penso: quantas pessoas mais prestaram atenção na cena? E desses, quantos viram essa "poesia" que eu vi?
Eu realmente gosto das coisas simples.
Nesse momento, lembrei de um dia que meus olhos encheram de lágrimas quando estava andando na rua e vi um menininho puxando um carrinho de plástico. Ele estava se divertindo horrores, não tinha mais que 5 aninhos.
Sem exageros, eu me emocionei de verdade!
Lembrei da minha infância, das quantidades de brinquedos que eu tinha e que estimulavam a criatividade (ta, eu sei que sou saudosista).
Eu corri de pé descalça na terra molhada na casa da minha avó, joguei milho pra galinha, subi em árvore, virei cambalhota no chão de cimento batido (lembro que queria imitar a Nadia Comaneci - http://desciclo.pedia.ws/wiki/Nadia_Com%C4%83neci) e ralei a testa, tentei jogar pião mas nunca consegui, brinquei muuuuuito de esconde-esconde ...
Mas não é isso, que mais me incomoda. Fico triste em ver como a infância ta durando pouco.Tenho uma prima de 9 anos que anda de salto melhor que eu, que fala em namorado e me acha ridícula por sentar no chão pra brincar com meu outro priminho de 3 anos.
Bom, se fosse só ela assim, passava batido, mas a infancia ta acabando aos 8 anos de idade, fato!
Acreditar em Papai Noel? Quem é esse velho bobo? kkkk
Hj transa-se a primeira vez com a idade que eu dei meu primeiro beijo.
Fico pensando qdo forem meus filhos. Acho que vou estocar brinquedos enqto eles ainda existem.
Mas outro dia aconteceu uma coisa bacana. O Vinícius (o grande amor da minha vida de 3 anos de idade) estava na casa da nossa avô e começou a falar do "pitador" dele (o computador) ai eu chamei ele para brincarmos no quintal, eu tinha achado um brinquedo que ele ia gostar. Entreguei um caminhãozinho de plástico,velho tadinho, mas que tinha um barbante amarrado.
Dei pra ele mas ele não entendeu direito. Até que eu comecei a puxar o caminhão e a correr.
O Vinicius começou a rir: me dá Enata!
Entreguei pra ele e fiquei observando.
Até que escutei a frase que me fez ganhar o dia: É legal né Enata!

E viva as coisas simples da vida



2 comentários:

Elaine Leme disse...

Lindo texto! Ontem, no buzão vi um Senhor que devia ter uns 70 anos,com olhar simples lendo um dicionario de inglês. Eu tenho tanta dificuldade com essa lingua que fiquei por horas admirando e me perguntando se ele estava entendendo. Fiquei com essa duvida. São coisas simples como essas que fazem a gente repensar e ver como a vida é bela.

Anônimo disse...

Re,
Essa vai entrar para a lista de coisas para se fazer qdo tiver filhos.
Pq eu já tenho uma lista de coisas simples que se deve fazer pelo menos uma vez na vida.

Valeu, adorei!!!
Beijos
Bia